Era apenas um bilhete no para-brisa, e provocou uma reflexão sobre honestidade
Um bilhete preso no limpador do para-brisa, no fim da manhã da terça-feira (20). Foi com isso que a publicitária Carol Boaretto, 28 anos, descobriu que seu carro, estacionado na rua estreita, tinha sido arranhado por outro motorista, que eu manobrar o veículo acabou danificando a pintura do para-lama. Ela jamais notaria a diferença sem o bilhete. Mesmo assim, o aviso estava lá, com um pedido de desculpas e o número do telefone.
"Eu juro que não ia perceber tão cedo. Quando vi o bilhete pensei que ou era multa, propaganda ou cantada, nunca que era um aviso. Eu olhei e carro e vi que realmente estava riscadinho, nem era essas coisas todas. Mas fiquei tocada com a ação. Estamos muito descrentes, já vi gente derrubando moto e deixar pra lá, mesmo", relata a publicitária.
O ato de honestidade gerou uma postagem no Facebook, com a foto do bilhete. Daí, claro, compartilhamentos, curtidas e comentários - muitos deles perplexos com a ação, o que indica que estamos bem claramente que estamos desacostumados com a honestidade.
Com o telefone em mãos, Carol ligou para o número. Do outro lado da linha, um homem atendeu e imediatamente pediu desculpas e prontificou-se a reparar o prejuízo. "Ele disse que eu poderia levar na oficina da minha confiança, que não precisava fazer orçamento. Não sei se ele é novo ou velho, não conheço a pessoa. Mas estou tocada com o gesto em si. A minha preocupação com a postagem foi mostrar o valor da ação quando a gente está desacreditando em tudo", explica.
Quando Carol chegou em casa para o almoço, de imediato provocou a mãe. "Eu disse para ela: mãe você ainda acredita na humanidade? Ela me perguntou porque. Daí eu disse: bateram no meu carro e deixaram um bilhete com o telefone. Eu estava perplexa, mas nem foi isso o que mais chamou atenção", adianta.
O que despertou pensamentos mais complexos sobre o fato na publicitária, entretanto, está nos comentários do Facebook. "É impressionante, pelos comentários, mesmo, como a desonestidade é uma coisa constante, como diante do ato mais simples de cidadania a gente simplesmente não sabe bem como agir", reflete.
crédito: midiamax