Mato Grosso do Sul é o 9º estado com maior número de feminicídio no país
Mato Grosso do Sul é o nono estado do país com maior número de casos de feminicídio, que é assassinato de mulheres pela condição de ser mulher. Além do feminicídio, Estado registrou aumento de 23,1% no número de denúncias de violência contra mulher no primeiro semestre deste ano.
Dados foram apresentados hoje pela Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e Secretaria Pública de Políticas para Mulheres.
De acordo com a subsecretária da mulher, Luciana Azambuja Roca, registros de ocorrências por ameaça e injúria aumentaram e notificações de estupro e lesão corporal diminuíram. Segundo ela, esta redução mostra que as mulheres estão denunciando casos mais cedo, nos primeiros sinais de agressividade, reduzindo assim as violências físicas e sexuais.
Em números, na Capital violências físicas tiveram 1,6 mil casos registrados este ano, contra 1.236 no mesmo período de 2015. Violência psicológica saltou de 1.869 para 2.901 casos e estupros caíram de 197 no ano passado para 169 neste ano.
No interior do estado, violência física teve redução nos casos, saindo de 2.758 em 2015 para 2.650 este ano. Violência psicológica aumentou de 2.964 para 2.998 e estupro também teve menos registros, caindo de 428 para 407.
Estado também teve 417 requerimentos de medidas protetivas a mais nos primeiros seis meses, com 2.221 solicitações.
Juíza da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, Jaqueline Machado, disse que das 50 tornozeleiras eletrônicas disponíveis, 33 estão sendo utilizadas. Ainda segundo ela, em audiências de custódia realizadas pela Vara, 127 agressores ficaram detidos e 62 tiveram medida cautelar.
FEMINICÍDIO
Quanto ao feminicídio, que é o assassinato de mulher pela condição de ser mulher, Mato Grosso do Sul teve 16 casos registrados, sendo dois em Campo Grande. Idades das vítimas variam entre 21 e 54 anos.
Principal motivo para os crimes foi término de relacionamento, em que os companheiros não aceitaram o fim e subjugaram as mulheres como suas propriedades. Arma mais utilizada foram facas, canivetes ou facão.
Secretario estadual de Segurança, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, afirmou que com base nestes dados, Estado vai poder traçar estudo para identificar formas de combater crimes de violência contra a mulher.
AGOSTO LILÁS
Em comemoração aos 10 anos da criação da Lei Maria da Penha no Brasil, no dia 1º de agosto foi iniciada a campanha Agosto Lilás, com foco em diminuir casos de violência contra a mulher.
Durante a campanha serão reforçadas ações preventivas e educativas para incentivar denúncias e reduzir feminicídios.
No Estado, há 11 delegacias especializadas no atendimento à mulher vítima de violência. Na Capital, Casa da Mulher Brasil realiza todos os tipos de atendimento, com delegacia 24 horas e a 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, considerada a primeira Vara Especial de Medidas Protetivas do Estado e do país.
Casos de violência podem ser denunciados através do telefone 180.
crédito: correiodoestado