Polícia Federal pede quebra de sigilo bancário de presidente do TCU e filho

por Marta R. dos Santos publicado 16/11/2016 09h26, última modificação 16/11/2016 09h26
Aroldo e Tiago Cedraz são acusados de corrupção e tráfico de influência

As investigações da Lava-Jato levaram a Polícia Federal a pedir a quebra do sigilo bancário do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, bem como de seu filho Tiago Cedraz e do ministro do Tribunal, Raimundo Carreiro. A solicitação foi feita ao STF (Supremo Tribunal Federal), por suspeitas de corrupção e tráfico de influência na Corte.

Segundo a revista Época, Tiago Cedraz foi acusado pelo empreiteiro Ricardo Pessôa, da UTC Engenharia, de intermediar repasses de dinheiro ao ministro Raimundo Carreiro, em troca de informações sigilosas de processos no TCU.

Pessôa fez as acusações em uma delação premiada à força-tarefa da Lava-Jato. Ele diz que pagou R$ 1 milhão ao filho do presidente do TCU, em parcelas de R$ 50 mil.

As investigações da Polícia Federal apontam um enriquecimento “meteórico” por parte de Tiago Cedraz, advogado de 34 anos. Além de gastos de R$ 500 mil com sua festa de casamento, o advogado já investiu R$ 3 milhões na compra de um apartamento e deu de presente para sua esposa uma BMW de R$ 190 mil.

 A Polícia Federal também investigou as relações pessoais de Cedraz, confirmando, por meio de quebra do sigilo telefônico do escritório do advogado, que ele fazia ligações constantes ao TCU.

O escritório de Cedraz teria feito 44 ligações a um funcionário do gabinete do ministro Raimundo Carreiro, responsável pelo processo em interesse da UTC Engenharia no TCU. Ao gabinete do pai, Aroldo Cedraz, Tiago teria ligado 186 vezes.

Tanto o presidente do TCU, quanto seu filho e o ministro Carreiro negaram as alegações da revista Época. Eles alegam terem oferecido os dados bancários para esclarescer os fatos. A defesa de Tiago Cedraz nega que o advogado tenha influência nos gabinetes do pai e do ministro Carreiro.

 

crédito: Midiamax